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Lérô Lérô - Skol Beats 2007, Chega ao Fim.


Em 2006, um dia e 60 mil pessoas, em 2007, dois dias e 39 mil pessoas. E com solzaço na manhã de domingo, ao contrário do nebuloso sábado, acabou-se mais um Skol. Com produção quase impecável, know-how de oito edições e uma guinada forte da concorrência de eventos em 2006. Segundo a assessoria de imprensa, foram 39.600 pessoas, 14.600 na sexta e 25 mil no sábado. A nova área de 140 mil m² montada em terrenos do outro lado do Sambódromo mudou a costumeira estrutura do festival no Anhembi, lembrando a edição de 2003, quando o evento mudou do Autódromo de Interlagos ali para a Marginal e dividiu opiniões. Mas se em 2003 o line-up mais bombado da história do evento ajudou a dissipar reclamações (808 State, Dave Clark, Jeff Mills, Youngsters, etc), a edição de 2007 deu uma guinada a um experimentalismo e um low-profile de atrações bastante diversas em gêneros, conceitos e musicalidade. Talvez tenha sido o susto da muvuca do show do Prodigy de 2006, com empurra-empurra, feridos e muita gente mal-humorada. (Ano passado outros shows como Tiga e Sven Vath foram bastante apertados também). A "confusão" de atrações, muitos desconhecidos sem apelo, e bons DJs, lives distribuídos irregularmente pelas longínquas 30 horas de festa renderam muitas reclamações. O cancelamento de Donnacha Costello e principalmente MSTRKRFT de última hora no live stage também foram outra birra frustrantíssima, com muita razão. Algo a ser esclarecido melhor pela organização e até mesmo pela imprensa especializada em edições futuras, é o tipo de apresentação de certos artistas. Mesmo não tendo acontecido, era um mistério o que seria o show do MSTRKRFT, como seria a estrutura do 2020 Soundsystem (divulgado como "DJs" pelo evento), e também o Crystal Method, que ao invés de esperado Live PA fez DJ set. Ainda no palco principal, Shapeshifters, SugarDaddy e Cuban Brothers foram outras incógnitas esclarecidas só na hora do evento.

ELOGIOS

Fica o principal elogio para o soundsystem potentíssimo, um milhão de watts em 40 toneladas de equipamentos, com graves estourando a espinha e a nuca (o que chegou a incomodar até, apesar de ser algo que o artista podia controlar lá de cima). A lotação mais esvaziada agradou a muitos, que relembraram um Skol dos velhos tempos, que como Thiago Ney destacou bem em sua coluna sexta na Folha, ainda não tinha a pretensão de ser "o maior festival do mundo". Outros elogios pontuais: a praça de alimentação, barata e diversa, e os carrinhos vendendo sorvete e cerveja (também barata) nas tendas.

PREÇO ABSURDO

A cerveja a dois reais (menos da metade do preço cobrado num clube), compensou o Skol mais caro da história: 120 reais (um dia), 200 (pacote para o fim de semana). Nos dias do evento, as entradas estavam 140 pilas, 20 reais o estacionamento. Essa nivelação de ingressos a la tenda de jazz do TIM Festival foi a maior razão do esvaziamento do festival, e foi algo provavelmente desejado pela organização. Mas certamente não se esperava um no-audience em massa e a boataria de que promoters soltaram VIP's pelo ladrão transformou-se em fato sólido pela imensidão de pessoas que apareceram de última hora. Cambistas, na sexta, vendiam ingressos a cinco reais, VIPs a 20. No sábado o preço foi um pouco maior, mas nada escandaloso.



Enfim, o evento, apesar de cancelamentos, reclamações, preços, bons e maus shows, aconteceu e funcionou, pelo menos de alguma maneira e para alguém.

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